Por que os estádios são elípticos

Você já deve ter percebido que a maioria dos estádios esportivos tem a forma elíptica. Essa

forma já era utilizada nos anfiteatros do tempo do Império Romano.

Como você pode ver pelas duas fotos, a concepção básica não se modificou muito nos antigos anfiteatros para os estádios modernos: tanto uns quanto outros se compõem de elipses concêntricas. O anfiteatro de Pompeia foi construído no século I antes de Cristo, com capacidade para 20 mil espectadores, mais ou menos a quinta parte da capacidade atual do nosso Maracanã, inaugurado em 1950.

Mas por que os romanos preferiram a elipse, e não o círculo ou o retângulo? E por que esse formato até hoje é o mais utilizado na arquitetura dos estádios?

Os esportes mais populares entre os romanos eram a luta de gladiadores, a luta com animais ferozes e a simulação de batalhas. Quase sempre, os lutadores eram escravos ou prisioneiros que tinham esperança de comprar sua liberdade se saíssem vivos desses terríveis combates. Geralmente aconteciam diversas lutas ao mesmo tempo e os atletas precisavam se deslocar em várias direções dentro da arena. A elipse ou a super-elipse ( uma espécie de retângulo arredondado) era a forma mais apropriada para que um grande número de pessoas, de qualquer ponto das arquibancadas, pudesse enxergar e entender o que se estava passando. Numa arena circular, a visão dos espectadores ficaria confusa e num estádio retangular a capacidade de público seria menor por causa das quinas. Felizmente dos anfiteatros romanos, só herdamos a forma elíptica. O objetivo dos estádios modernos não é mostrar espetáculos sangrentos como naquele tempo. Embora os esportes de multidão continuem envolvendo muitos interesses econômicos e políticos, eles hoje em dia se propõe a promover a paz, a convivência entre pessoas e nações diferentes, a saúde, a competição leal, a educação e o respeito a regras pre-estabelecidas.